Deputado Geilson diz que carro da JAC enterrado na Bahia já nasceu, mas em Goiás

Deputado Geilson diz que carro da JAC enterrado na Bahia já nasceu, mas em Goiás

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Encantado com a exuberância da terra recém-descoberta, Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Cabral, em carta ao Rei de Portugal, assim a descreveu: “Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo”. “Mas aqui na Bahia o PT planta um automóvel em Camaçari e a fábrica de carro vai nascer em… Goiás”, ironizou o deputado estadual Carlos Geilson (PSDB).

O parlamentar se referiu ao automóvel modelo JAC J3, que foi enterrado em um terreno de seis milhões de metros quadrados doados pelo Governo da Bahia, em 2012, na gestão de Jaques Wagner (PT). A promessa era de que ali nasceria uma fábrica da montadora chinesa JAC Motors. No entanto, nesta segunda-feira, (18/12), o presidente da JAC Motors Brasil, Sergio Habib, assinou um protocolo de intenções com o governador Marconi Perillo, do PSDB, para instalar a fábrica em Goiás.

Na Bahia, seria um empreendimento de 900 milhões de reais, com capacidade para produzir 100 mil automóveis e 10 mil caminhões por ano. E iria gerar 3.500 empregos diretos e outros 10 mil indiretos. Para tanto, além do terreno, o governo também concedeu benefícios fiscais e outras regalias. A fábrica deveria entrar em operação no final de 2014, bem perto das eleições. “Mas nada aconteceu, exceto o desperdício de uma enorme soma de dinheiro público gasto pelo Governo do Estado na publicidade de um empreendimento que nunca saiu do papel”, frisou Geilson.

O deputado lembrou que muito dinheiro do contribuinte foi gasto. De acordo com o deputado, como o cronograma de implantação da fábrica não foi cumprido, em junho do ano passado o governo federal cancelou a habilitação da empresa no programa Inovar-Auto, que concedia incentivos fiscais na venda de carros importados pela JAC Motors, e pediu a devolução de cerca de 180 milhões de reais referentes aos benefícios por ela recebidos. A empresa, porém, obteve liminar para evitar o pagamento e espera rever a situação com a construção da fábrica em Goiás.

“No caso do Governo do Estado, não se sabe quanto a JAC Motors recebeu de benesses com o dinheiro do contribuinte baiano. A Secretaria da Fazenda disse ao jornal Estadão que a questão está sendo tratada pela Procuradoria-Geral do Estado e que ainda não há um cálculo atualizado do valor a ser ressarcido pela empresa. Mas, com certeza, a trapalhada está custando uma grana boa, que está fazendo falta na saúde, na educação e na segurança da Bahia”.

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