Trump assina ordem para construção de muro na fronteira dos EUA com o México.

Trump assina ordem para construção de muro na fronteira dos EUA com o México.

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Outra ordem foi assinada para bloquear fundos para as ‘cidades-santuário’, que protegem imigrantes sem documentos da deportação.

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Donald Trump, acompanhado pelo vice-presidente Mike Pence e o secretário de Segurança Interna John F. Kelly, exibe ordem executiva que assinou para construir muro na fronteira com o México (Foto: AP Photo/Pablo Martinez Monsivais)

No quinto dia de seu mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma série de medidas no âmbito da “segurança nacional” que mostram sua determinação em cumprir as promessas feitas durante a campanha, inclusive as mais controversas.

Nesta quarta-feira 25, Trump liberou um financiamento federal para a construção de um muro na fronteira com o México e assinou decretos sobre chamadas cidades “santuários”, que se comprometeram a recusar prender imigrantes ilegais quando a sua detenção tem como objetivo deportá-los.

Nos próximos dias, Trump também deve anunciar a proibição de entrada nos EUA para imigrantes, refugiados inclusive, de sete países afetados por conflitos recentes (a maioria deles com protagonismo de Washington): Iêmen, Irã, Iraque, Líbia, Síria, Somália e Sudão.

Durante as eleições de 2016, Trump se comprometeu a expulsar os imigrantes ilegais infratores e construir um muro na fronteira de 3,2 mil quilômetros entre os Estados Unidos e o México, ameaçando financiá-lo por meio dos 25 bilhões de dólares que os imigrantes mexicanos enviam anualmente para suas famílias.

Familiares de vítimas de imigrantes ilegais foram convidados para o evento de anúncio das medidas. Nas palavras de Trump, esses mortos foram “vítimas de nossas fronteiras abertas”.

Em entrevista ao canal de televisão ABC News antes da assinatura da ordem executiva que autoriza a construção do muro, Trump reafirmou que os mexicanos vão pagar pela obra. “Em última análise, o pagamento vai sair do que está acontecendo com o México… e vamos ser de alguma forma reembolsados pelo México, como eu sempre disse”, afirmou Trump. “Estou apenas dizendo que haverá um pagamento, será de uma forma, talvez uma forma complicada”, afirmou.

De acordo com Trump a construção terá início “em meses”. “O que eu estou fazendo é bom para os Estados Unidos. Também vai ser bom para o México. Queremos ter um México muito estável, muito sólido”, afirmou.

Especialistas manifestaram sérias dúvidas quanto à eficácia do muro, o custo exorbitante e o risco de processos legais de tal medida, verdadeiro cavalo de batalha da direita e da extrema direita, a base eleitoral de Donald Trump. Até mesmo o secretário da Segurança Interna, o ex-general John Kelly, disse, durante sua recente audição de posse, que o muro na fronteira “pode não ser construído tão em breve”. 

As “cidades santuário” são aquelas que se recusam a cooperar com o governo federal na busca por imigrantes ilegais. É o caso de San Francisco, por exemplo, na Califórnia. A partir de agora, essas cidades não receberão mais recursos federais. “O povo americano não vai mais ter de subsidiar esse desrespeito por nossas leis”, afirmou o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, também nesta quarta-feira 25.

Resposta do México

Para o México, o governo Trump deve ser um desastre. À construção do muro, soma-se o iminente desastre para as indústrias que puderam prosperar com o Nafta, o acordo de livre-comércio da América do Norte. A primeira indústria a ser atingida deve ser a automobilística. Trump começou a desmontar o acordo de livre-comércio a golpes de Twitter, com ameaças de tarifas proibitivas a cada montadora com planos de criar fábricas no México.

A Ford submeteu-se de imediato: anunciou que cancelaria um projeto de 1,6 bilhão em San Luis Potosí e construiria uma fábrica de 700 milhões no Michigan, dizendo-se “encorajada pelas políticas de crescimento do presidente eleito”.

A Fiat Chrysler admite suspender a produção no México se Trump cumprir a promessa de criar uma sobretaxa, enquanto a GM e a Toyota resistem, esta última com respaldo do governo japonês e o argumento de ter investido bilhões e criado milhares de empregos nos EUA. 

O México delimitou as linhas vermelhas que não devem ser cruzadas em suas discussões com a administração Trump. Neste sentido, o país ameaçou deixar a mesa de negociações e romper com o Nafta, que Donald Trump quer renegociar.

“Há linhas vermelhas muito claras que devem ser desenhadas desde o início”, advertiu na terça-feira 24 o ministro da Economia mexicano, Ildefonso Guajardo, antes de uma reunião com autoridades americanas nesta quarta-feira 25 e na quinta-feira 26, ao lado do ministro mexicano das Relações Exteriores, Luis Videgaray.

Quando perguntado se a delegação mexicana deixaria as negociações se a questão do muro e das remessas dos imigrantes mexicanos fossem colocadas sobre a mesa, Guadajardo afirmou na Televisa: “Absolutamente”.

*Com informações da AFP

 

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