Irmã Dulce é canonizada e se torna a primeira santa brasileira

Irmã Dulce é canonizada e se torna a primeira santa brasileira

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Santa Dulce dos Pobres. É assim que Irmã Dulce passa a ser chamada após a cerimônia de canonização que a tornou santa na manhã deste domingo (13) na Praça de São Pedro, no Vaticano, lotada de fiéis.

A santa, conhecida popularmente como Anjo Bom da Bahia, foi
uma das religiosas mais populares do Brasil graças ao trabalho social prestado
aos mais pobres e necessitados, principalmente na Bahia.

A cerimônia foi acompanhada por autoridades brasileiras como
o vice-presidente, Hamilton Mourão; o governador da Bahia, Rui Costa; o
prefeito de Salvador, ACM Neto; e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do
Senado, Davi Alcolumbre.

Antes da missa, a cantora baiana Margareth Menezes, o padre
Antonio Maria e o sanfoneiro cearense Waldonys tocaram e cantaram no altar a
música oficial da canonização.

O Vaticano considera que Santa Dulce dos Pobres é a primeira
santa brasileira. Embora outras brasileiras e uma religiosa que atuou no país
tenham sido canonizadas pela Igreja Católica anteriormente, irmã Dulce é a
primeira mulher nascida no Brasil que teve milagres reconhecidos.

Beatificação e caminhos para canonização

Irmã Dulce foi beatificada em 2011, após ter o primeiro
milagre reconhecido. A graça alcançada foi a recuperação de uma paciente que
teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem
intervenção médica. Após beatificada, Dulce Lopes Pontes passou a ser chamada
“Bem-aventurada Dulce dos Pobres”.

Para ser considerada santa, Irmã Dulce precisaria ter um
segundo milagre reconhecido, o que ocorreu em maio deste ano. O miraculado, o
maestro soteropolitano José Maurício, voltou a enxergar após fazer uma oração
para a então beata. Ele teve glaucoma e começou a perder a visão em 1999. Em
2000, ele já estava cego, mas em 2014 voltou a enxergar.

José Maurício foi ao Vaticano para acompanhar a cerimônia de
beatificação e chegou a receber a bênção de Papa Francisco durante a missa de
canonização (veja vídeo abaixo).

Músico que teve milagre atribuído à Irmã Dulce participa da
procissão do ofertório

Além do milagre recebido por José Maurício, outras duas
graças alcançadas por devotos após orações a Irmã Dulce estavam sendo
analisadas pelo Vaticano para o processo de canonização da religiosa.

Os três casos foram enviados ao Vaticano pelas Obras Sociais
Irmã Dulce (OSID), em 2014, após análise de profissionais da própria
instituição. Os outros dois milagres que ainda não foram confirmados pelo
Vaticano continuam sendo analisados.

O Vaticano tem quatro exigências quanto à veracidade de uma
graça, até ser considerada milagre: ser preternatural (a ciência não consegue
explicar), instantâneo (acontecer imediatamente após a oração), duradouro e
perfeito.

Trajetória de Irmã Dulce

Nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador

Quando ela tinha 7 anos, sua mãe morreu

Aos 13 anos, ela acolhia mendigos e doentes na casa onde
morava com o pai e os irmãos, no bairro de Nazaré, na capital baiana

A vida religiosa começou aos 18 anos, quando, após se formar
como professora primária, ela ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias
da Imaculada Conceição da Mãe de Deus

Somente aos 19 anos, mais especificamente em 13 de agosto de
1933, recebeu o hábito de freira e adotou o nome de Irmã Dulce em homenagem à
mãe, que se chamava Dulce Maria; naquele mesmo mês, ela viveu 6 meses em São
Cristovão (SE) e depois voltou para Salvador

No ano de 1935, iniciou a assistência à comunidade carente,
sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que foi formado no bairro de
Itapagipe, na capital baiana

Em 1939, Irmã Dulce invadiu cinco casas, em um local de
Salvador conhecido como Ilha dos Ratos. Nos imóveis, ela acolhia enfermos e
desabrigados

Ainda na década de 30, ajudou operários do bairro de
Itapagipe, em Salvador, a formarem a União Operária São Francisco. Logo depois,
juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup, fundou o Círculo Operário da Bahia

Junto aos trabalhadores, ela inaugurou um colégio para os
filhos dos operários e ainda ajudou a fundar os cinemas Plataforma e São
Caetano, além do Cine Teatro Roma; a renda obtida nos cinemas contribuía para a
manutenção do Círculo Operário

Na década de 60 transformou um galinheiro do Convento de
Santo Antônio em albergue. Mais tarde, o lugar deu origem ao Hospital Santo
Antônio, no Largo de Roma, em Salvador, e as Obras Sociais que levam o nome
dela

Em 13 de março de 1992, faleceu em Salvador na Bahia

Em 2011, foi nomeada beata

Em 13 de outubro de 2019 foi canonizada e se tornou santa
com o nome Santa Dulce dos Pobre

Fonte: G1 Bahia

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